Universo da alma

Universo da alma

quarta-feira, 30 de junho de 2010

O Enforcado - Felipe A.


Agora eu estou em meu merecido lugar.
Estou novamente preso a matéria, estou a ver a harmonia
Estou a ver o adeus de um Deus
Estou a sentir a agonia de morrer
Triste é essa caminhada em circulo
Em que nada leva a nada.

Decair na matéria, mergulhar em minha alma
Ver o verdadeiro significado
Significado desta parábola
Compreender e manejar a informação sem difamação
Ser um em tudo compreender porque tudo fez parte de um
Estou preso pela matéria, segurado pelo meu pé esquerdo.
Estranhamente sinto o abraço da forca, logo irei morrer assim
Mas nesta falsa morte compreendi
Que mesmo preso a matéria, posso ser livre como um pássaro
E como os raios do sol, minha alma pode transcender
Por que eu sou parte de tudo.

Nessa latejante visão
Agora compreendo a tua aparição
E agora vejo perfeitamente os seus olhos
Que em vez de medo assistiam a informação
E deslumbravam a verdade
Agora sou como o enforcado
Agora eu compreendo a verdadeira parábola
Que é como minha história, que se assemelha a minha verdade.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

O Amor - Felipe Alexandre

Como notas, tão singelas e vivas, ele comove o coração;
Ele alivia a dor e renova a esperança, pode nos fazer parecer bobos e ridículos aos olhos dos outros.
É como um vento suave que toca o rosto, é a prova viva que nem tudo está perdido.
É força que move dois mundos, eis o maior mistério
Maior que a alma, maior que o mundo e tão grande quanto o universo.

É cintilante como o fogo e corroí como tal, mas não agonia, e sim consola;
Cria muros, nos faz se sentir protegido e nos faz repousar na mais suave calmaria em meio a tempestades.
Faz-nos ficarem cegos, mudos, e surdos nos faz perceber coisas que achávamos tolas.
Está no cheiro, está na voz, até em um simples gesto.
É tão simples que se torna complicado, é tão humilde que a luxuria não vê.
É tão poderoso que faz reviver amor onde só havia dor...

O amor que já duvidei tanto e desacreditei tanto, que agora que vejo
Sinto-me tão tolo, e eu quero morrer afogado em amor
“Se é para viver uma vida sem amor, é preferível que não viva.” Já me disseram isso e eu ri...
Eu quero todos os dias olhar dentro de seus olhos e saber que é real.
E que tão pouco me importará as opiniões, eu continuarei a te amar.

É tão mágico que consigo finalmente sentir meu coração bater...
Eu me sinto vivo novamente depois de longos anos dentro desta morbidade.
Esse sentimento que eu desprezei tanto, agora sai à flor da pele.
Já não consigo mais controlar, e já não sei mais no que pensar.
Curioso fica em pensar, Como pode existir algo tão intenso?
Tão forte ao ponto de unir mundos tão diferentes?
Em todas as perguntas que rugem em minha cabeça
A única coisa que sei
É que estou a Amar...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

A Fogueira - Felipe A.

Sim, estou agora te vendo, assistindo você queimar na tua própria insanidade.
É tão cruel que me faz sorrir!
É tão doentio que me fascina!
Você se afoga em ódio, e agora te coloquei fogo.
Só não espere que eu fique aqui ouvindo seus gritos.

Agora que você queima, eu noto o quanto você brilha.
Era o que você queria não é mesmo? Queria ser notado, queria que os “outros” te ouvissem.
Você conseguiu, minha fogueira humana, grite, sofra, essa melodia que você faz, exploda a energia da sua vida, “é tão cruel que me faz sorrir.”

Queime junto com tua ignorância
Agora tente se achar superior
Como eu tinha prometido, te banhei em fogo.
Agora desfrute desse espetáculo;
Porque você é a estrela; você é a minha fogueira!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Não mais um Lar – Felipe Alexandre



Eu não consegui mais dizer o que sentia
Era como não se houve mais ninguém pra ler esses versos
Como se não existisse mais pessoas para ler “daquela” maneira...
Eu me senti assim, muitos dias, mas ninguém pode me ajudar...
Eu só ouvi comentar, eu só ouvi as pessoas falarem, que eu não aprendi com meus erros.

O que está errado agora? O que há de errado?
Será que essa inteligência tola não consegue engolir o fato mais humano?
“errar é humano” os sábios já diziam.
Eu não sei de onde toda essa ignorância veio,  nem como chegou
Mas está confuso, tudo parece abstrato em minha mente.

Eu quis ir pra casa, eu quis me afogar no meu lar.
Triste foi lembrar que ninguém me esperava, já não havia mais um doce sorriso...
Não havia ninguém a me esperar, apenas a poeira de meu quarto.
Este meu refugio, que odiaria chamar de meu lugar.
Afogar-me na minha gentil cama, e pensar: “dormir para sempre não seria tão ruim assim?”

Abro meus olhos, olho ao meu redor
Tento encontrar as razões, mas apenas lembro que fui rejeitado,
Lembro que não sou mais digno.
Não encontro meu passado e me pergunto o que deixei de errado.

Uma voz dentro de mim conforta-me dizendo
“Seja forte, você é forte!”
Tantos problemas, que eu nem sei de onde vieram.
Estou morrendo; é triste pensar, mas é real, infelizmente é real.

Meus sentimentos se escondem, eles não são mais os mesmo.
Meus sonhos  já não consigo os encontrar, estão distorcidos que parecem pesadelos.
Talvez eu finalmente esteja perdendo a cabeça, finalmente louco...
Deixado para trás, pronto para morrer, pena que ninguém virá ao meu velório.
Eu estou perdendo a fé e caindo mais uma vez na desgraça.

É como assistir um filme que você já sabe o fim, e torce para que seja diferente
Eu tento sorrir, afinal este sempre foi minha melhor mascara;
Sorrisos e risos que mentem para mim mesmo.
Essas máscaras estão por todo lugar.
Elas invadem meu lar, elas consomem minha vida e eu me sinto morrendo novamente.
Esse é meu ultimo verso, essa é minha ultima adaga, me embriagarei nesse vinho barato e arruinarei esse lugar, por que aqui, não é mais meu lar.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A criança escondida por Felipe Alexandre



Caminha sozinha, quase engatinha doce criança pura e solene que até meus horrores espanta
Pura de alma, o grande elo da alma, guarda no peito o segredo
Guarda na alma a minha ambição
Desfruta de vida, causa inveja de tanta apreciação
É tão solene, que me cativa, é tão bom que parece perfeito

Olhos que brilham mãos que brincam...
O cheiro dessa terra perdida, você a tolera é a acaricia
Pureza divina, teus olhos brilham de tanta inocência

Quero por minhas mãos em suas costas, e ver se sinto suas asas...
Tanta pureza que é digna de um anjo
Filho da terra, suspiro da lua, calor do céu, vida refletida...

Escondida dentro dos adultos, perdida e sufocada, ela ignora e vive
Está esperando para ser encontrada, e compartilhar sua sabedoria
Cuidadosamente ela está escondida na sua alma.
Milagrosamente continua viva.

Numa canção de ninar, quero ver você repousar
Durma pequeno anjo, durma que está escuridão não te aflija
Fonte de vida, doce veneno, não cativará mal algum.
Repouse minha amada criança, enquanto assisto sua surpreendente inocência.
Durma...
Durma..
"In my lullaby close your eyes and sleep, it's magic? Is a real life? Children sweet, you're mine."